sexta-feira, 10 de abril de 2009


É comum eu ouvir das pessoas mais diversas uma mesma constatação: você é diferente. A maioria diz isso com uma mistura de perplexidade e entusiasmo. Dizem que na primeira vez que me encontram acham que sou quietinha, mas bastam cinco minutos para perceberem que gosto de pessoas, de falar, escutar e ser ouvida.

Alguns ficam com receio de falar com alguém que escreve da forma mais verdadeira sobre a própria vida e opiniões, como se questionassem, será que ela vai encontrar uma forma de transformar tudo que vê num texto?

Não é de se estranhar que entre um depoimento e outro as pessoas me chamem de maluca e doidinha. Eu prefiro dizer que sou alguém que vive da maneira mais intensa, e é por isso que sofro, choro, rio de todas as minhas atitudes e acabo somatizando todas as minhas emoções. Não tenho medo de fracassar, de ser rejeitada, de falhar...tento pela segunda, terceira, quarta vez. E se eu me canso? Nem um pouco. Quanto mais difícil, mais tesão eu sinto.

Teve uma pessoa que me chamou de mocréia. Fiquei passada. Ao mesmo tempo me senti importante. O que faz alguém perder seu tempo para escrever umas mal traçadas linhas ( em um português bem ruim por sinal) e dizer que eu uso as pessoas ao meu redor e propago o feminismo?

Puxa. Obrigada mesmo pelo mocréia. Sabe que faz um bom tempo que resolvi deixar meu corpo e minha mente pelada para que as pessoas pudessem mesmo rir dos meus defeitos. Olha a Lari com estrias, celulites, com medo de ser pobre e gorda, de não poder ajudar todas as pessoas, com receio de não poder comprar sua cama king size, com medo de ficar doente...

Eu mereço mesmo é que se matem de rir dos meus defeitos e minhas imperfeições. Por isso nunca liguei em ficar de calcinha e camiseta em casa, na companhia das meninas, muito menos dou importância quando as pessoas dizem que não sirvo para determinada coisa.

Minha família me apóia acima de qualquer coisa, mas meu pai em especial sempre temeu pela minha personalidade....era como se ele dissesse, filha, você não pode se expor tanto, você ainda vai sofrer com essa sua mania de brigar pelas coisas e pelas pessoas.

A bem da verdade me disseram para não perder meu tempo e aumentar o seu ibope, mas não vou negar que uma coceirinha me pegou o dia todo. Sabe que eu não sou nem um pouco modesta viu, defendo com unhas e dentes tudo aquilo que eu publico, todos os personagens que construo, dos mais encantadores aos mais idiotas. Sim, qualquer pessoa, homem ou mulher, velho ou nova, basta conversar comigo e servirá de inspiração para alguma coisa.

Vivo para contar histórias, para me despir de todos os meus preconceitos, me exploro, me sacaneio propositalmente. Como é que você acha que isso aqui ainda existe? No dia em que eu não puder extravazar e colocar para fora todo o sentimento que não cabe em mim, posso me considerar um defunto autor.

A mocréia não é feminista, muito menos machista. A mocréia é mocréia. Basta.


Texto escrito pela Mocréia (nome fictício), mas, como me identifiquei total com o texto, aqui está.
Minha fake e eu nos identificamos até nisso... hahaha

Um comentário: